Conheça e se apaixone pelo AFROTURISMO
AFROTURISMO
O que isso quer dizer?
(este post foi reproduzido em video através do link)
O afroturismo, ou turismo afrocentrado, promove roteiros que resgatam e valorizam a cultura e a história afro-brasileiras. São viagens com foco em roteiros que visitam a história, cultura e o entretenimento voltados a população negra.
Segundo a Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil é ainda o país com a segunda maior população negra do mundo, ficando atrás apenas da Nigéria. Os números revelam a importância de se valorizar a cultura e a história do povo negro no Brasil.
Em um país em que as marcas da escravidão ainda reverberam atualmente, olhar para o passado é o primeiro passo para mudar o presente.
Esse movimento de valorização e reconhecimento das necessidades e direitos da população negra avança em diversos setores da sociedade, desde a criação de bancos que financiam empreendedores negros até empresas com programas de desenvolvimento exclusivos para essa parte da população.
E um dos setores que busca o resgate, reconhecimento e vivência da cultura e história negra no Brasil é o afroturismo ou turismo étnico.
Muitos de nós, já praticamos, mesmo que de forma inconsciente o turismo afro, e se você conhece algum, dos vários pontos turísticos da Bahia, ou visitou uma comunidade Quilombola (como a Comunidade Furnas do Dionísio, no Mato Grosso do Sul, apresentada no vídeo, abaixo) ou o Núcleo de Mulheres Quilombolas na região do Recôncavo Baiano — Marias Filipas, ou conhece algum Museu como o “Afro Brasileiro”, em São Paulo, você já é um praticante do afroturismo.
(da esquerda p/ direita) — Ednir de Paulo — Presidente do Instituto da Mulher Negra do Pantanal, Carol Lee Dutra — Proprietária, editora e colunista de Carol Society, Maria Ap. Martins — Ex-presidente da Associação Quilombola Furnas do Dionísio, Adriane da Silva Soares — Ex-presidente do Instituto Sócio Cultural Dandara e Joaquim Azevedo Dagnone na Comunidade Quilombola Furnas d Dionísio.
O que é e qual a importância do afroturismo?
O afroturismo, turismo étnico ou turismo afro, é uma vertente do turismo tradicional que valoriza o patrimônio material e imaterial da população negra brasileira. Ele pode (e deve) ser praticado por qualquer pessoa que queira conhecer mais sobre a história e cultura negra.
Até porque, a cultura afro está na base das tradições brasileiras, presente em destinos turísticos de todo o país.
Está nas igrejas pertencentes às irmandades de Homens Pretos, centros culturais, museus, gastronomia, música, vivências, comunidades quilombolas e muito mais.
E não é só a cultura e a história afro-brasileiras que ganham destaque. O afroturismo também prioriza fornecedores negros na cadeia produtiva, fortalecendo a comunidade.
As iniciativas desse segmento do turismo também combatem o racismo e oferecem às pessoas negras mais segurança e acolhimento durante as suas viagens.
O afroturismo vem ganhando força nos últimos anos, impulsionado pelas discussões sobre racismo e iniciativas de representatividade e valorização do povo negro. Essa é uma resposta do turismo ao apagamento histórico da cultura afro no Brasil.
Cidades como Salvador, Rio de Janeiro, Ouro Preto e muitas outras foram erguidas pelo trabalho escravo de pessoas da África, que também marcaram os locais com sua língua, costumes, rituais, comidas entre outras particularidades.
Contudo, as casas coloniais e palacetes portugueses costumam contar apenas a história dos homens brancos que moravam e trabalhavam nesses espaços.
O que o turismo afro faz é relembrar homens negros e mulheres negras que também fizeram parte dessa história e apagados ao longo dos anos.
Empresas de turismo e profissionais ligados a esse setor têm apostado cada vez mais no turismo afro que cresce exponencialmente no país.
O Afroturismo é visto como uma possibilidade de visitar destinos de outra forma e com uma visão focada na história e cultura afro-brasileira, parte importante da nossa história.
No ramo do afroturismo há muitos roteiros para explorar, pois, o turismo afro está presente em várias regiões do Brasil, atraindo visitantes do país e do mundo inteiro.
Para dar alguns exemplos, dos diversos roteiros influenciados pela cultura negra no país podemos citar o Rio de Janeiro, pois a cidade foi um dos principais portos de entrada de escravizados das Américas e, portanto, abriga uma significativa herança cultural africana. O Cais do Valongo, entre as Ruas Coelho de Castro e Sacadura Cabral, por onde os africanos escravizados entravam no Brasil, é hoje Patrimônio Histórico da Humanidade pela UNESCO. O Cais é hoje o único vestígio material sobre a chegada dos africanos na região das Américas.
Na renovada zona portuária, os bairros Santo Cristo, Saúde e Gamboa ainda reúnem o Circuito Histórico e Arqueológico da Herança africana.
A cidade também abriga o Instituto Pesquisa e Memória Pretos Novos (IPN), localizado na Rua Pedro Ernesto. O instituto valoriza e promove o patrimônio cultural africano e afro-brasileiro, estimulando a reflexão sobre a escravidão e a desigualdade social no país.
Vale a pena visitar também a Pedra do Sal, um monumento histórico e religioso, onde se encontra a Comunidade Remanescentes de Quilombos da Pedra do Sal, na Rua Argemiro Bulcão; e a Igreja do Rosário e São Benedito dos Homens Negros, na Rua Uruguaiana.
Já em São Paulo, o Estado, na totalidade, é uma das principais rotas do afroturismo por conta da conhecida Rota da Liberdade, um projeto criado pela historiadora Solange Barbosa em 2004.
Profissionais do turismo acreditam que o setor de viagens afrocentradas irão transformar o cenário turístico do Brasil, assim como ocorreu com a indústria da estética, com produtos para cabelos de volumes diversos e peles de vários tons, a escolha por roteiros afrocentrados tendem crescer, ainda mais, suprindo a curiosidade de se entender de onde vieram nossos ancestrais trazendo referências para o povo (de pretos e brancos) do Brasil.
O Brasil e o Continente africano tem muita cultura negra a ser vivenciada e aprendida em cada viagem afrocentrada.
Fonte: MaxMilhas (nov./21).