O lado B da miscigenação racial no Brasil
O que não te contaram na escola sobre a miscigenação racial no Brasil
Inspirado e traduzido do texto de Adeyinka Olaiya por Carol Society
No Brasil, mais da metade dos habitantes são afro-brasileiros, fazendo do país a maior população negra das Américas, o que se justifica por ser o último país do Hemisfério Ocidental a abolir a escravidão, sendo o maior importador de escravizados africanos, trazendo sete vezes mais escravizados para o país, em comparação com os Estados Unidos. Refletindo na extensão da miscigenação ou mistura de raças, resultante na maioria de relações sexuais entre colonos e mulheres africanas, indígenas e mestiças, que as procuravam como ‘amantes’.
Atualmente, os brasileiros se orgulham de sua história de miscigenação e continuam a ter taxas de casamentos mistos muito maiores que dos Estados Unidos ou da África do Sul, que ao longo do século XX foram regidos por leis ou políticas raciais como a segregação ou o apartheid, que impediam legalmente relacionamentos inter-raciais, e, eram vistos como verdadeiramente racistas. Este cenário induzia pouca discussão formal sobre raça na sociedade brasileira, enquanto outras sociedades eram consideradas obcecadas por raça e diferença racial.
Seguindo em sentido contrário as políticas de segregação racial, após abolição, considerando que a população brasileira era majoritariamente negra ou parda, e no contexto do racismo científico da época, que considerava uma população não branca como problemática para seu desenvolvimento futuro, as autoridades brasileiras encorajavam explicitamente a imigração de europeus com foco na miscigenação racial para que houvesse o embranquecimento da população brasileira. O governo da época promulgou uma legislação que garantia a liberdade religiosa para atrair protestantes europeus, cujas elites de branquitude acreditavam que ajudaria a “desafricanizar” a população brasileira. Com isso, de 1870 a 1930, entre 2 milhões e 3 milhões de imigrantes se estabeleceram no Brasil.
Em um esforço para conciliar as realidades sociais com as doutrinas do racismo científico, e o ideal brasileiro de “branqueamento” – a teoria de que a população brasileira estava se tornando mais branca à medida que a mistura de raças continuava – foi usado para justificar o recrutamento de imigrantes europeus e alegar falsamente que o Brasil combinou harmoniosamente uma sociedade multirracial de europeus, africanos e povos indígenas.
Então, você sabia sobre da nossa história, o que a princípio representava a miscigenação racial no Brasil? agora, sabe!