Tudo que rolou no festival Afropunk Bahia 2021

O bonde dos Afropunkers tá on!

Fazendo jus à fama, ao ser considerado um dos maiores festivais de cultura negra do mundo, o Afropunk Bahia reuniu música, moda, ativismo e representatividade recebendo grandes nomes da música baiana, ‘funk’, ‘pop’, hip-hop, ‘soul’, ‘reggae’ e hardcore punk.

Larissa Luz apresentou o Festival Afropunk com look da marca baiana de conceito “agênero” – Dendezeiro.

O rolê preto Afropunk rolou no sábado, 27 de novembro, com transmissão ao vivo no YouTube e presencial para público “reduzido” (embora, a parada estivesse lotada) com 100% das vendas dos ingressos revertidos ao projeto cultural Quabales. Com clipões de gente preta e música boa, o canal do festival exibiu no telão, entre outros artistas, Zé Manuel, Larissa Luz, Bafana e Maya Néctar, enquanto o público presencial adentrava o Centro de Convenções Salvador, Bahia. A partir daí, é fácil prever o sucesso que a festa ancestral chamada Afropunk entregou no rolê que nós tanto sonhamos acontecer no Brasil.

Público afropunk

 

 

 

 

 

 

 

 

O movimento  Punk Negro e seu significado social e de libertação cultural foi apresentado de forma virtual por nomes do movimento, entre outros, Clemente Nascimento – apresentador, diretor artístico, DJ, produtor e músico considerado um dos pioneiros do punk rock no Brasil frende a banda Inocentes. O bonde do Black Pantera – Charles Gama,  Chaene da Gama e Rodrigo “Pancho”, da banda crossover thrash, explanaram sobre o movimento “punk preto” no Brasil e como pertencentes a banda pioneira que mistura hardcore punk com thrash metal, e a também pertencente ao bonde afropunk, Natália Matos, atual vocalista da banda punk, Punho de Mahin fez sua explanação  sobre o movimento.

Giovani Cidreira, numa energia e visual que remetiam ao atual e visceral pintor, Jean-Michel Basquiat, deu show na música, no piano e em mensagens fortes e sinceronas proferidas entre as músicas apresentadas nos clipes. A talentosa Jadsa apresentou clipes com músicas que falam de cultura e ancestralidade negra.

Ao vivo no YouTube, Afropunk foi apresentado por Larissa Luz vestindo a marca baiana Dendezeiro, que entre outros curadores do festival, escolheram os artistas a se apresentarem no evento. O evento iniciou com linda homenagem ao maestro Letieres Leite, que esteve a frente da Orkestra Rumpilezz, deixando este plano em outubro, consagrado como mestre de percussão, arranjo e sopro.

Maestro Letieres Leite

Tássia Reis foi a primeira cantora a se apresentar juntando-se se ao Ilê Aiyê em apresentações como na canção, “que bloco é esse”, de arrepiar. Ilê, assim como Tássia, fez solo, após feat inesquecível. Não dá para deixar de comentar a indumentária hipnotizante de Tássia repleta de referências da ancestralidade negra.

Tássia Reis – Afropunk Bahia 2021

O bonde seguiu com apresentação de Deekapz fazendo do festival um baile black ao colocar os afropunkers para dançar, com direito aos passinhos marcados executados pelo público, muito comum nos bailes de “charme”, animando, ainda mais o bonde afropunk, ao fazer feat com Melly e Cronista do Morro.

Urias – Festival Afrofunk Bahia 2021

 

 

 

 

 

 

 

 

O festival seguiu com apresentação da talentosa e belíssima (e põe beleza, aí) Urias, que fez bonito em feat com o cremoses Vírus, arrasando num show solo de puro axé.

A queridinha Malia se apresentou MARAVILINDA toda trabalhada num look de crochê (super tendência nas passarelas de moda com conceito afro-indígena), e faço referência ao look da preta, porque além de cantora talentosa, a mina é fashionista e influenciadora, não à toa, a primeira canção que colocou pra jogo no show, leva o nome, “fashion”.

A gigante Margareth Menezes chegou ovacionada no palco, e ainda de máscara (usada nos bastidores), somente retirou a proteção no palco para apresentação (errada, não está!) passando o recado: “está acabando, mas ainda, não acabou a pandemia”. Quanto ao show de Margareth no festival, com toda certeza, será lembrando pela energia transmitida no evento, não deixando de comentar o look e penteado dignos de realeza usados por nossa rainha baiana.

Margareth Menezes – Festival Afropunk Bahia 2021

Em seguida, Tícia e Deize Tigrona (febre Tik Tok) fizeram seus nomes no festival aquecendo o coração dos afropunkers que curtiram entusiasmados o som feito pelas manas.

Tícia e Deize Tigrona – Festival Feira Preta Bahia 2021

A indicada ao Grammy, Luedji Luna, chegou, chegando toda trabalhada em longuíssimas tranças em harmonia ao look de franjas e crochê. A cremosa emocionou a galera que fez coro a quase todas as músicas apresentadas pela deusa. Apresentação certamente abençoada por todos os orixás. Foi mágico, e um dos feat mais lindos do festival foi feito com Yoún, que por sua vez, foram os cremoses que mais se destacaram no festival na vibe romântica, afirmando que quem não beijou na apresentação da dupla (os negativados e vacinados), não tiveram oportunidade melhor. Luna fechou o show com a deliciosa canção “Banho de Folhas”.

Luedji Luna – Festival Afropunk Bahia 2021

Para agitar a galera calminha envolvida com o romantismo da dupla Luedji e Yoún o bonde Batekoon e Afrobapho colocou o funk pra jogo e levantando os afropunkers dando show de música num mix de hip hop, bate-cabelo, funk e “passinho”.

O convidado mais esperado e o último a se apresentar no evento, foi ele, Mano Brown. E o “mano” que não decepciona nunca, não iria decepcionar no maior evento preto de 2021, e arrasou na performance entregando aos fãs enlouquecidos, alguns dos muitos sucessos dos Racionais MCs e melodias em feat com Duquesa. Brown abriu o show saudando Marighella com a música trilha do filme homônimo, seguindo para a canção “Hoje sou ladrão, art. 157/’, “Vida Loka – PT. 1 e 2” e “Nego Drama”, entre outras. O mano, como de hábito, parou (ou chacoalhou) tudo.

Mano Brown – Festival Afropunk Bahia 2021

Que venha Afropunk Bahia 2022 (ou, em outro canto do Brasil, negro), porém em formato 100% presencial.

Já queremos, de novo, de novo e de novo.

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